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nabodogato

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Invenções em tempo de crise.

Na verdade, se dúvidas houvesse de que o nosso país está em crise, nada melhor do que pensarmos um pouco sobre as notícias que nos vão dando.

Marcou-me bastante a ideia avançada pelo nosso ministro da economia sobre a divulgação internacional do pastel de nata.

Fiquei pasmado há dias quando vi grandes notícias sobre empreendedores e a invenção de um grupo de jovens  do “spread it”.

E a última notícia de que vai ser implantada uma fábrica com tecnologia de ponta para colocar no mercado ovos estrelados que serão embalados individualmente e que ficarão prontos a ser consumidos como um ovo normal, após ser aquecido num forno micro-ondas.

Foi o estoirar da indignação! Eu desconhecia que houvesse um lobi contra as frigideiras. Só assim se percebe que, em lugar de estrelar um ovo normalmente numa frigideira, foi preciso inventar: o pegar num ovo pré-estrelado e aquecer num micro-ondas.

Qual será a vantagem? Será mais saboroso? É mais moderno? É mais prático?

Podem dizer que nos escritórios modernos há um micro-ondas mais facilmente que um fogão.

Ok.

E porque não fazer também um cozido à portuguesa pré-cozinhado e pronto a ser aquecido num micro-ondas?

Até poderá vir a ser a invenção do século, mas que é uma ideia que não cabe na cabeça dos amantes de ovos estrelados, lá isso é.

E eu a lembrar-me que já não há ninguém que faça um ovo estrelado como a minha mãe fazia, das galinhas que ela criava e com azeite da azeitona que ela colhia...

Ou até aqueles que comi nos convívios com amigos na minha juventude, acabadinhos de  estrelar, com umas gotas de piri-piri por cima, acompanhados de umas carcaças ainda quentinhas e um verdinho bem fresquinho ou umas cervejas.

Invenções destas são mesmo de um país em crise. E vão à inauguração duma coisa destas dois ministros.

Não tenho nada contra quem invente e, no caso concreto, penso que há outros produtos mais importantes e significativos inclusivamente para outras indústrias, mas darem o relevo que deram  na comunicação social a esta inovação, parece-me ser mais uma invençãozinha à portuguesa e reflexo de um país em crise sem ideias brilhantes para tirar o país deste atoleiro.

ADSE

Álvaro Beleza, membro do secretariado nacional do PS, afirmou que, na sua opinião, a ADSE deveria ser extinta, considerando que este subsistema de saúde é gerador de injustiças na sociedade portuguesa. 

Eu penso é que deveria ser ao contrário, o SNS deveria passar para a ADSE.

Agora o que me espanta é que se prevejam cortes na SS e aumentos de taxas moderadoras no SNS e nada na ADSE, em altura de crise, não é?...

Mas percebe-se porquê. É sempre o eterno problema de se ter o rabo preso.

A prova é o aproveitamento do ministro Miguel Relvas a pegar no assunto para causar ódios no FP contra o PS.

E até se quisermos a calinada que o deputado José Lello cometeu ao comentar de forma crua o assunto.

O estranho disto tudo é que os altos técnicos do FMI, sobre o assunto, nada refiram no seu relatório.

Até mesmo os juízes do Tribunal Constitucional nunca se pronunciaram sobre o a discriminação dos utentes de um e do outro serviço, especialmente aquando do despacho sobre as medidas do orçamento de 2011.

Agora, vistas as coisas friamente, parece-me mais adequado que se revejam os gastos com a ADSE e se façam cortes aí em lugar do SNS, ou então que se fundam os dois sistemas e aproveitem reformulem a sua organização e façam os cortes devidos.

Vão encontrar com certeza muitos serviços em duplicação e muita gente que poderá ser melhor aproveitada. 

Já ouvi que não se pode prejudicar quem contratualmente optou por trabalhar no Estado porque beneficiava desse serviço.

Está bem. E quem contratualmente optou por descontar para o SNS e para a SS pode ser prejudicado?

Claro que, como dizia alguém, se fosse assim qualquer um (até eu) podia ser governante. Não a coisa é muito mais científica e só génios altamente formados podem decidir sobre esses assuntos.

Mas então depois o que se vê são cortes cegos, digo eu que sou tacanho e sem formação.

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