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nabodogato

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Desemprego

 
Um dia destes fui a uma empresa dessas modernas que abundam na Capital.
Chegado à recepção pedi para falar com o Dr. X com quem tinha marcado.
Quem devia anunciar?
-Zé das Iscas.
-Queira sentar-se e aguardar um momento.
O meu sentido de observador começou a funcionar.
Reparei melhor na recepcionista.
Era uma moça esbelta, com vinte picos anos, com ar de quem tinha acabado de se formar, cabelos pretos lisos brilhantes lavados, nada aspecto de cabeleireiro, uma blusa imaculada com uma encharpe a adornar o colarinho uma divisa de cabo sobre o peito e a marca de uma empresa de segurança identificativa na manga, uma saia dois dedos acima do joelho e sapatos pretos.
Sem querer senti o meu maxilar sem força para segurar o meu queixo, bem a miúda da garrafa do gaz ficava a kilómetros.
O facto de ser um segurança não estranhei, estranhei foi em como hoje é aproveitada a juventude e as saídas profissionais.
Passados uns tempos voltei à mesma empresa e na recepção estava uma senhora de quarenta e picos, fortesinha de quarentas, muito simpática e repetiu-se a cena para me fazer anunciar.
Quando estou sentado sou surpreendido com a abertura da porta do elevador e no seu interior revejo a tal moça gira, agora ainda mais gira e dentro de um fato de calça e casaco bem justinho, foi como se uma luz forte iluminasse hall.
Como não havia mais ninguém na recepção, armei-me em atrevido e fui meter conversa com a recepcionista simpática e perguntei:
-Então aquela moça sua colega que é costume estar aqui? Está doente?
-Não, terminou o contrato, já não está na empresa, teve sorte conseguiu uma colocação e agora está a secretariar um administrador, eu não vou ter essa sorte, não, mas então, quando era nova era uma escanzelada agora que sou velha sou uma gorda, olhe tenho passado a vida ao lado das oportunidades, o que me resta é que continuo de cara levantada e com uma família muito feliz.
 
 

Limpeza

 

 

 Li nos jornais que vão efectuar uma limpeza aos graffitis no Bairro Alto, espero que não seja esquecida esta placa que por acaso fica a 10 metros da freguesia e portanto já na Freguesia das Mercês.

Repórter

 
Um destes dias, passei pelo Largo de S. Roque, mais conhecido pelo Largo da Misericórdia em Lisboa.
Estranhei o ambiente do largo e a curiosidade fez-me cair na real e verificar: afinal era uma quinta-feira e cerca do meio-dia e meia.
Saíam da Santa Casa da Misericórdia diversas pessoas de idade e eis senão quando uma dessas pessoas passa junto a mim, muito atarefado, com papel e esferográfica “Parker” numa mão e telemóvel de modelo já em desuso na outra, tentando uma chamada.
Ficou junto a mim com confiança e falou sem receio.
-Tou, toma nota é o 530 o 173 e o 419 portanto o 1º 7895530, o 2º 2789173 e o 3º 2798419, eh pá, outra vez o 530 grande galo! até logo.
Reparei depois que eram umas dezenas de pessoas a fazer o mesmo e pensei: será que a rádio já não faz esse serviço?
É possível.
E foi a propósito deste episódio que me lembrei de mais uma série de coisas que, de vez em quando, um simples mortal como eu, observa e critica.
Um dia destes, na Televisão parece ter ouvido uma repórter que não se sentia à vontade dentro da blusa nem debaixo do penteado, perguntar ao comandante dos Bombeiros:
-Os homens são competentes?
Até fiquei baralhado se não teria sido o comandante a perguntar à repórter, mas pareceu-me que ela teria querido perguntar se seriam suficientes.
- Bem, mas não foi isso que me trouxe aqui (digo eu p'ros meus botões).
É que nas minhas divagações, já tenho pensado que se todos os anos sai das Universidades gente gira, limpa, com ambição, competência (aparente), porque não é aproveitada?
Não há um ou uma única que se aproveite?
As Universidades não se impõem? Formam pessoas apenas para colocar nos "call center's"?
Porque têm de ser umas de cabelo lambido sem beleza que se veja ( no meu conceito de beleza) que são aproveitadas?
Têm que ser do Porto?
Porquê, porque há lá um centro de formação?
Então e minhotas, transmontanas, beirãs que eu sei que as há giras e deslavadas não têm apetência para estas artes?
Começa-me a dar uma certa comichão no nariz e digo eu outra vez para com os meus botões: então se há gente muito mais culta e interessada que tu, vê e não diz nada, pra que estás tu borra-botas a meter-te em assuntos em que não és chamado?
Desculpem, estou apenas a fazer a vontade à minha bílis.
 
 

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