Na primavera todos os campos ficam floridos, as mimosas, as giestas, é uma época em que a aldeia fica ainda mais bonita.
Todos os regatos correm água, e nos diversos lagos começam a parecer os peixes-cabeçudos e os alfaiates.
Nos caminhos, começavam a aparecer as muselhas, mas parece que já não há.
As muselhas era uma planta muito parecida com os alhos, tem uma rama em redondo que se puxava e saía uma cabeça do tipo do pé de um cavalo, com casca tipo das cebolas, que se descascava e comia como os rabanetes ou os nabos.
O pé, seria uma coisa muito próxima de um centímetro e a rama da grossura de dois a três milímetros de diâmetro e de quinze a vinte centímetros de comprimento
Do sabor, já não consigo lembrar-me.
Também com a primavera começam a aparecer as reinotas.
Alguns chamam de criadilhas.
Aparece na Internet o nome de terfezias- criadilhas da terra apenas como pesquisa da DRABI-MA e como prato do fundão.
Em tubérculos não aprece.
Aparece uma coisa parecida tuber magnatum, não sei se será a mesma coisa.
Míscaro, dizem desenvolve-se dentro da terra e apresenta um aspecto rugoso quando descascado tem cor branca e come-se com ovos mexidos. Será?
Vi o blog: musica maestro.blogsot.compost: Mata um falar peculiar de 6-7-06,(um blog de gente da Mata) mas poucas referências há sobre o assunto.
É um tubérculo muito apreciado na minha aldeia, e por isso tem-se vindo afazer um jantar especial lá no “Alfredo” no feriado de sexta-feira santa.
Uma vez que é o dia em que não se pode comer carne, então junt~-se o util ao agradavel e aproveita-se para se deliciar este petisco que é confecionado com ovos mexidos.
Bom, e é assim, quem sabe e gosta, aparece, se forem mais os convidados que as reinotas lá se tem de ir para um complemento de bacalhau assado.
É preciso muita perícia para detecta-las debaixo da terra, suponho que é pelo tipo de planta que está em cima que calcula a sua presença, mas não é fácil.
Para as tirar, espeta-se um ferro na terra e tira-se como se estivesse a tirar uma batata, há até quem brinque e diga que tem umas pilhas no ferro para detecta-las (vocês sabem de quem estou a falar).
Ao ver umas imagens que frequentemente têm passado nos últimos dias nas tevês , tive mais um ataque de nervos.
E a proposito, lembrei-me do tempo em que eu fiz o serviço militar e quando viajava com uns colegas (não camaradas) de carro para a Escola Prática de Engenharia, em Tancos.
Acontece, que o condutor era muito divertido e gozávamos imenso com as críticas que ele fazia aos condutores da frente.
A expressão mais divertida era quando ele dizia: ui, deixa-me passar este tipo que vêem-se as orelhas ao lado da cabeça, é nabo de certeza.
E O mais curioso é que a maioria das vezes tinha razão.
Daí que um ao contar este episódio a uma pessoa, ela me explicou que o quê de razão nisto era o seguinte:
A personalidade de cada ser humano fica definida nos primeiros três anos de vida, e por esses indivíduos serem geralmente oriundos de ambientes hostis, onde a mamã não tinha aprendido os conhecimentos para ser uma boa mamã, e um conhecimentos ser dos cuidados a ter quando o bebe dorme deve a mamã aconchegar-lhe as orelhas junto à cabeça, daí o não ter sido feito em adultos ficam com o que chamamos orelhas de abano.
Pode ser apenas retórica e nada de verdade ter isto, mas foi no seguimento deste pensamento que me fez ter o tal ataque de nervos, ao ver as notícias sobre aquela criança que foi raptada à dias e do ambiente para onde iria agora viver mas que alguém pôs a mão na consciência e teve a iniciativa de fazer obras na casa dos pais da bebe .
Acho que era altura de se fazer alguma coisa por estes casos, não é só fazer um filho, é obrigatório que quem decida ser pai seja obrigado a reunir as condições para aceitar uma criança.
É que estamos já em 2007 e parece que à muita gente que ainda não deu por isso, vivem como se vê nos filmes sobre Portugal no inicio da emigração para França e dos "bidonvilles".
As assistentes sociais deveriam ter um papel mais incisivo nesta matéria e ameaçar com a retirada dos bebes a quem não reúna condições para receber um novo ser humano.
Claro que sei que isso tem muitos porquês a considerar, e que os profissionais que estão no terreno farão das tripas coração para atender o mais satisfatoriamente a todas as situações, mas fica-me este meu mau feitio e pensar que a importância do assunto merecia uma melhor reacção a bem das futuras gerações.
Como sou bastante impotente para fazer mudar o mundo, fica pelo menos aqui este meu desabafo que desejo contribua para alterar pra melhor as coisas.
Tenho andado ocupado com a criação de um novo blog que é o valdeveiro.blogs.sapo.pt e onde reuni todos os documentos que tinha sobre a história da Póvoa Rio de Moinhos que convido a visitarem.